Informação sobre apendicite, causas, sintomas e tratamento da apendicite aguda, identificando o seu diagnóstico e abordando as doenças inflamatórias intestinais, nomeadamente a retocolite ulccerativa e a doença de Crohn, com dicas para sua prevenção.


sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Epidemiologia e etiologia da Doença inflamatória intestinal

A incidência da Doença inflamatória intestinal é variável de acordo com a região geográfica estudada. Em países desenvolvidos do hemisfério norte a incidência é elevada, particularmente nos Estados Unidos, no Reino Unido e nos países da Escandinávia (5-20/100000 habitantes). Por outro lado, na América do Sul, na Ásia e na África a Doença inflamatória intestinal é considerada rara (0,5/100000 habitantes). Entretanto, no Brasil, há indícios de que a incidência tem aumentado, principalmente em relação à Doença de Crohn. O pico de incidência da Doença inflamatória intestinal ocorre entre 15 e 30 anos de idade, observando-se também um outro pico, mais tardio, entre 60 e 80 anos de idade. A Retocolite Ulcerativa afeta igualmente homens e mulheres; por outro lado, na Doença de Crohn, há ligeira predominância do sexo feminino em relação ao sexo masculino (1,8:1,1). A Doença inflamatória intestinal ocorre com maior frequência entre os judeus (particularmente entre os Ashkenazi), seguido dos brancos, negros e asiáticos. Entre familiares de primeiro grau de portadores de Doença inflamatória intestinal o risco de desenvolvimento da doença é 4 a 20 vezes superior àquele observado na população geral. Estes dados fazem supor que a susceptibilidade para desenvolver Doença inflamatória intestinal é hereditária; além disso, sabe-se que a contribuição da predisposição genética para Doença inflamatória intestinal é mais importante na Doença de Crohn em relação à Retocolite Ulcerativa. Outra evidência da influência do fator genético é a observação de que, particularmente na Doença de Crohn, há risco significativamente maior entre os gêmeos monozigóticos quando comparados aos gêmeos dizigóticos. Acredita-se que a Doença inflamatória intestinal resulte da ativação inapropriada e contínua do sistema imunológico da mucosa do aparelho digestivo frente a diferentes estímulos (tais como infecções e drogas). A resposta imunológica anormal é facilitada tanto por alterações na permeabilidade intestinal quanto do sistema imune. Admite-se, também, a participação de outros fatores, dentre os quais os fatores genéticos e ambientais. A prevalência é maior em áreas urbanas em relação às áreas rurais e em classes socioeconômicas mais elevadas em relação às classes mais baixas. Na Doença de Crohn o risco é maior entre os fumantes, o inverso ocorrendo entre os portadores de Retocolite Ulcerativa. O uso de antinflamatórios não esteroidais pode desencadear exacerbação da Doença inflamatória intestinal, possivelmente relacionado à alteração da barreira do epitélio intestinal. A flora intestinal parece desempenhar papel fundamental no desencadeamento da moléstia.