O exame físico é o de um paciente com mal estar geral, desconforto, muitas vezes deitado, quieto, sem se movimentar. A inspeção pode detectar ritmo respiratório tóraco-abdominal alterado. Normalmente na inspiração o abdome infla juntamente com o tórax. Se o abdome não acompanhar a expansão torácica, é provável a eminência de peritonite generalizada. Solicite para o paciente tossir: a presença de dor no abdome superior sugere um processo supradiafragmático como pneumonia ou pleurite ou processo inflamatório no abdome superior. Antes de palpar o abdome, solicite duas informações ao paciente:
- aponte com o dedo onde começou a dor, e
- aponte onde seencontra no momento
A palpação do abdome é dolorosa no quadrante inferior direito. O ponto de maior dor a compressão depende da localização do apêndice, que pode ser variável. O ponto de Mc Burney geralmente está sensível a pressão. Após ter palpado a área desejada o mais profundo que as circunstancias permitem, a mão que palpa é retirada subitamente, sem aviso prévio ao paciente. Esta manobra traciona o peritônio consigo, o qual, caso inflamado, provoca uma reação intensamente dolorosa e desconfortável, que se expressa de forma correspondente na expressão facial do paciente. É conhecido como sinal de Blumberg ou da descompressão dolorosa, e pode ser pesquisado em qualquer parte do abdome na suspeita de peritonite precoce. Esta manobra é desnecessária quando houver indubitável rigidez muscular. A constatação de peritonite generalizada, com abdome distendido, extremamente sensível a compressão não costuma trazer dificuldades. A expressão máxima da contratura muscular involuntária na peritonite é conhecida com abdome em tabua. Outra manobra utilizada para reforçar a hipótese de apendicite aguda, é constatar dor na fossa ilíaca direita quando se pressiona profundamente a fossa ilíaca esquerda de forma ascendente. Com esta manobra, também conhecida como sinal de Rovsing, a pressão intraluminal exercida retrogradamente atinge o foco infeccioso na fossa ilíaca direita.