Informação sobre apendicite, causas, sintomas e tratamento da apendicite aguda, identificando o seu diagnóstico e abordando as doenças inflamatórias intestinais, nomeadamente a retocolite ulccerativa e a doença de Crohn, com dicas para sua prevenção.


sábado, 22 de setembro de 2012

Tratamento da doença de Crohn

A terapia clínica visa reduzir, controlar os níveis de inflamações ocorridas no sistema gastrintestinal, que resultam em sintomas diversos, e esses sintomas devem ser tratados, já que não se sabe a real etiologia causadora da doença de Crohn. A doença de Crohn é controlada através de acompanhamentos cuidadosos pelo especialista, e às vezes envolve a necessidade de intervenção cirúrgica. Os pacientes acometidos da doença devem ter cuidado com a dieta, sendo que, em casos de acometimento ileal deve-se evitar as fibras em excesso para assim evitar-se possível obstrução, e em casos de esteatorréia, a menor ingestão de gordura melhora a diarréia, e tudo isto depende da gravidade da doença. Algumas pessoas não se sentem bem com a ingestão do leite, devido a deficiência de enzima lactase. É tida uma atenção especial quanto a dieta, no que se diz, as deficiências nutricionais. Nesses casos são indicados a nutrição de forma balanceada enteral ou parenteral, dependendo do caso. O tratamento da doença de Crohn é complexo, exigindo habilidades clínicas e cirúrgicas em algumas situações. A abordagem clínica é feita com aminossalicilatos, corticosteroides, antibióticos e imunossupressores e objetiva a indução da remissão clínica, a melhora da qualidade de vida e, após, a manutenção da remissão. A abordagem cirúrgica é necessária para tratar obstruções, complicações supurativas e doença refratária ao tratamento clínico9. No momento não há evidência para a indicação de ácidos graxos ômega 3 ou probióticos. Também não há evidências atuais para a indicação de talidomida ou terapia tuberculostática objetivando o controle da doença de Crohn. Não existem estudos controlados com ciclosporina para pacientes com doença de Crohn, embora, devido à gravidade do quadro, baseados em estudos não controlados, alguns autores recomendem o uso de ciclosporina. As pesquisas com terapia isolada com antibióticos para o controle da atividade inflamatória são pequenas e não têm mostrado resultados conclusivos. Além disso, a toxicidade com o uso prolongado, como neuropatia periférica com metronidazol, bem como o potencial de indução de resistência antimicrobiana, têm sugerido que antimicrobianos isoladamente não devam ser utilizados para o tratamento da doença de Crohn, a despeito do uso clínico corrente. Devem ser indicados quando há suspeita de complicação infecciosa, como abscessos, e para o tratamento de fístulas. Os pacientes tabagistas com doença de Crohn devem receber orientações para parar de fumar. Além disso, existem dados na literatura sugerindo que os pacientes devem evitar o uso de anti-inflamatórios não esteroides, que podem agravar as manifestações da doença. Pacientes com doença de Crohn têm risco aumentado, embora ainda não estimado, de câncer de cólon, e pacientes em uso de imunossupressores têm risco aumentado de linfoma não Hodgkin. Há evidência indireta de que rastreamento de câncer de cólon com colonoscopia possa reduzir a mortalidade por câncer de cólon nestes pacientes. O tratamento da doença de Crohn é definido segundo a localização da doença, o grau de atividade e as complicações. As opções são individualizadas de acordo com a resposta sintomática e a tolerância ao tratamento. Sulfassalazina, mesalazina e antibióticos não têm ação uniforme ao longo do trato gastrointestinal, enquanto corticosteroides, imunossupressores e terapias anti-TNF parecem ter uma ação mais constante em todos os segmentos gastrointestinais.